Luiz Prado
Brasil, 2018
(...) Cada larp, pensado como obra artística, encerra proposições que fundem forma e conteúdo. Retirar a fala, desviar o contato visual e propor a introspecção são soluções formais para tratar do estado de espírito suicida: um sentimento esmagante de solidão e uma expectativa envenenada de ansiedade.
No outro papel, a interrogação diante do que se passa com o suicida. Dúvida que é comumente lida como descaso e abandono, tornando-se combustível para a morte.
Como sempre no larp, é uma dialética dos afetos, vestida com o signo da ficção. Dessa vez, escolhi o contato físico (...) como protagonista por entender que, às vezes, os corpos dialogam melhor através do calor, do cheiro e do tato. Há verbo demais, cheio de ruídos, mentiras e balões de gás. Abrace o outro e não transforme isso numa aberração.
(...)
Minimalismo. Junto de Vamos conversar lá fora, considero andando na rua, sendo espancado como um flashlarp: uma experiência rápida e altamente concentrada. Poderia ser também um hailarp. Jogue e, depois, jogue novamente. E mais uma vez. Um shotlarp. Vire tudo de uma vez e sacuda a cabeça. É uma redução, ainda mais radical do que em jogos como Café Amargo ou Jesus Cristo Cupcake, ao essencial da proposição. A profundidade ou significância da experiência, mais uma vez, está à sorte da ação.
Por isso, mande um alô caso você se arrisque no jogo. Escreva para o e-mail indicado na última página do programa ou me procure na Rede Social. Ficarei feliz em saber como você viveu a ficção."
— Luiz Prado
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